sexta-feira, 2 de julho de 2010

O discípulo e a sua vida de oração ( 1)

Quando leio na Bíblia aquele vesículo de Tiago, que diz : Não tendes, porque não pedis” (Tg. 4:2) tenho a sensação de perceber a tristeza que brota do coração de Deus. Como se dissesse : eu tenho tanto a lhes dar . . . mas vocês não pedem

Ele tem tudo o de que necessitamos, e nada Lhe é mais prazeroso do que encher-nos de Suas bênçãos. Mas, estranhamente nós não lhe pedimos.
Não temos tempo, dizemos nós. Ou nos esquecemos de orar. O resultado é que nos arrastamos como aleijados , espiritualmente subnutridos e debilitados, quase sem forças para sequer manter-nos de pé, quanto mais para lutar e marchar contra o pecado e servir ao Senhor. Eu e você temos pecado grandemente contra nosso misericordio¬so Pai Celestial. Temos entristecido ao Senhor durante todos este anos em que temos vivido com Ele. Mas, a maior de todas as tristezas desde que nos convertemos ao Senhor, se rela¬ciona com a oração, a negligência em orar. Esta negligência tem nos arrastado à prática de outros tantos. As centenas de oportunidades que tivemos de orar e não as aproveitamos, o número de respostas à oração que Deus haveria concedido se eu houvesse orado, me acusam mais e mais veementemente à proporção que vou ficando mais familiarizado com o reino sagrado da oração.

Por que tantos de nós falham assim , tão frequentemente, em nossas vidas de oração? Eu sei que ter e manter uma vida de oração não é tarefa fácil. Percebo que a oração quase sempre não tem se constituído numa atitude voluntária e prazerosa . Tenho percebido que orar está mais para esforço do que para deleite, prazer.Posso até admitir que para aqueles que andam longe de Deus a oração deva se constituir numa tremenda chateação. Isto não me causa surpresa.
A própria Palavra de Deus diz que : ele “não recebe as coisas do Espírito de Deus, pois lhe são loucura 1 Cor. 2:14. “O pendor da carne é inimizade contra Deus” Rom, 8;7
É claro que o homem natural pode , às vezes sentir, desejo de orar. Isto normalmente acontece, por exemplo, quando ele se defronta com um perigo ou quando lhe ocorre um lampejo de religiosidade . Mas, é improvável que uma pessoa que não dá valor à vida espiritual pratique a oração diária, regular. Nossos amigos lá na sociedade , seguramente consideram a oração uma chatice.
Agora, o que dói , o que nos entristece é a constatação de que esse modo de pensar prevalece até mesmo entre aqueles que se dizem membros da igreja de Jesus.
Normalmente, quando acontece os primeiros anos de nossa conversão iniciamos uma vida de oração contínua, intensa e prazerosa . Os períodos de oração eram momentos os mais felizes do dia. Mas, com o passar do tempo, começamos a relaxar e colocar uma série de dificulda¬des para a nossa vida de oração.

A oração passa a ser um fardo pesado, uma tarefa penosa. Alguns de nós , até somos honestos em nosso pro¬pósito, apegamo-nos diligente e fielmente à oração mas, na verdade , lutamos com o desânimo e o in¬gressar no lugar secreto se torna uma tarefa pesada, exaustiva. A oração, antes uma expressão espontânea, feliz e esperada comunhão da nossa alma com Deus, começa a tornar-se mera obrigação, que passamos a cumprir por que nos sentimos devedores , ou então é porque é isso que se espera de alguém que é cristão.Eu percebo que quanto mais penosa se torna a vida de oração, tanto mais facilmente vamos negligenciando nossa comunicação e comunhão com Deus. Este estado de coisas trazem consigo consequências fatais à vida espiritual. Embora não surjam de imediato, não deixam de acontecer.

Acima de tudo, nossa mente se mun¬daniza e nos sentimos mais e mais afastados de Deus e, portanto, menos e menos temos assuntos a falar com Ele¬. Então, desenvolvemos um espírito de resistência, que descobre sempre pretextos para não orarmos e desculpas por havermos negligenciado a oração. Nossa vida interior começa a implodir, desmoronar . A angústia de vivermos em pecado não a sentimos tão vividamente como outrora, pois que não mais confessamos a Deus, honesta¬mente, o nosso pecado,

Como consequência a visão espiritual começa a ficar turvada, embaçada e não mais distinguimos claramente aquilo que é pecado daquilo que não o é. A resistência ao pecado começa a se processar , essencialmente nos moldes idênticos aos das pessoas do mundo, daqueles que não andam com Deus. Como não querem perder a reputação de cristãos, de evangélicos, então passam a ocultar o mundanismo de sua mente tanto quanto possível.
Limitam-se a evitar os chamados pecados graves. Mas não resistem aos pecadinhos, afinal, ...ninguém é de ferro. Quando participam de uma reunião de oração, percebe-se uma linguagem falsa , forçada que não está em harmonia com o interior.

A oração não exige grande capacidade natural, nem conhecimentos avantajados . Qualquer pessoa pode orar mesmo que não seja dotada de talentos, ou que nunca tenha recebido uma refinada educação. Pobres ou ricos , todos podem cultivar a vida de oração.
Entretanto , há certos requisitos para que se adquira uma boa vida de oração. De modo geral, dois são os requisitos essenciais: prática e perseverança.

( Continua na próxima postagem

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