segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reflexões sobre o significado de carregar a Cruz

". . .Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se, ou causar dano a si mesmo? Porque qual¬quer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos. (Lucas 9:23-26).

Durante alguns anos, supus que a cruz era um símbolo do sofrimento. Assim, qualquer tipo de sofrimento pessoal seria uma cruz que teríamos de suportar.

Eu via as tragédias, o infortúnio, os acidentes ou as enfermidades físicas como cruzes.

A cruz seria alguma coisa que não poderíamos evitar, algo que Deus, em Sua providência divina, permitia que me acontecesse.

Na qualidade de discípulo de Jesus, levar a minha cruz significaria aceitar a minha tragédia e suportar todos os sofrimentos sem queixa e sem amargura.

Deus anda conosco em todas as tragédias pessoais.

O Deus que conta cada fio de cabelo de nossa cabeça, por certo também conta cada lágrima.

Mas pensar que carregamos a nossa cruz primariamente através de nossas dores pessoais, é mal entender grosseiramente o sentido bíblico da cruz.


Uma cruz não é algo que Deus põe sobre nós.

Também não é alguma tragédia ou acidente fora de nosso controle.

Uma cruz é algo que escolhemos deliberadamente. Podemos resolver se queremos ou não aceitar a cruz.

Notemos que Jesus usou estas palavras :

“Se alguém quer vir após mim,” . . . as quais subentendem uma escolha livre e deliberada. Para Jesus, a cruz não foi algo que Deus Pai forçou sobre Ele.

Para Jesus, foi o resultado natural, legal e político de Seu ministério da bacia e da toalha .

Muito antes do Getsêmani, Jesus percebeu que uma cruz seria o resultado inevitável de Seu agressivo ministério da bacia e da toalha.

Repetidas vezes, Ele advertiu a Seus discípulos que terminaria por sofrer e morrer.

E até mesmo no Getsêmani, o apelo para que o Pai afastasse Dele o cálice, não foi, primariamente, uma luta contra um plano divino predeterminado.

Pelo contrário foi uma luta para continuar, voluntariamente, a viver no caminho do amor, mesmo em meio à violência física.

Ele teve de lutar contra a tentação de correr, de revidar, de retaliar em face de uma horrenda cruz.

Interpretar a cruz como algo menos do que uma escolha voluntária faz da tentação de Jesus no deserto uma mera farsa.

Outrossim, faz de Jesus uma simples marionete incapaz de pensar e zomba da integridade de Sua vida inteira.

A cruz envolve uma decisão dispendiosa. Suas conse¬qüências sociais custam muito.

Poderíamos parafrasear Jesus ao dizer:

“Tomem a bacia na plena consciência de que isso pode trazer sofrimento, rejeição, castigo e aparente fracasso.”

Jesus aclarou, de três maneiras diferentes, as incitáveis conseqüências sociais para quem queira levar a cruz.

Antes de tudo, devemos estar dispostos a negar a ambição social antes de podermos apanhar a nossa cruz.

Os valores que a nossa sociedade aplaude moldam a ambição pessoal.

Negarmos a nós mesmos não é a mesma coisa que nos diminuirmos ou aviltarmos.

Mas significa recusar-nos a permitir que os valores de nosso meio ambiente secular moldem nossas ambições sociais.

Em segundo lugar, Jesus declarou que se seguirmos o Seu caminho, poderá vir a parecer que “perdemos” nossa vida neste mundo.

Poderemos dar a impressão que somos uns fracassados sociais, se nos atarefarmos em um significativo minis¬tério da bacia.

Visto que os instrumentos de nossa atividade serão então os instrumentos usados pelos escravos, e visto que os escravos são tidos como uns fracassados, poderá parecer que “perdemos” a nossa vida, de acordo com os padrões deste mundo.


Em essência, Jesus dizia que se apanharmos a bacia e a toalha, por causa Dele, o mundo, mui provavelmente, nos descartará.

Por outro lado, se agirmos de acordo com as regras deste mundo, e parecermos bem sucedidos, poderemos “perder” a nossa vida quanto ao reino de Deus.

Um choque assim frontal entre os valores do reino de Deus e os valores deste mundo é um conceito realmente difícil de engolir.

Mas uma exegese bem feita dificilmente poderá produzir outra interpretação.

Jesus deu a entender a terceira conseqüência social da cruz, ao falar na questão da vergonha.

A vergonha é um conceito social.

Jesus observou que talvez nos envergonhemos do ministério da bacia, o qual é totalmente o oposto das correntes sociais prevalecentes.

Por algum tempo, poderemos usar da bacia e da toalha.

Mas o ridículo poderá tentar-nos a desistir, voltando a jogar de acordo com as antigas regras.

E assim, conforme Ele concluiu, se nos envergonharmos Dele e de Suas palavras, Ele também haverá de envergonhar-se de nós (ver Lucas 9:26).

“Mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mateus 10:33).

Esses três indícios apontam para o fato que Jesus não estava falando sobre uma cruz interior, espiritualizada ou mística.

Também não estava falando sobre acidentes de percurso.

Antes, estava descrevendo uma decisão onerosa, uma decisão que arrasta atrás de si reais resultados sociais e diários (ver Lucas 9:23).

Extraído do texto de Donald Kraybill: O Reino de Ponta-Cabeça

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8 Comentários:

Às 3 de agosto de 2012 às 11:33 , Anonymous Anônimo disse...

Muito bom, algo que estamos precisando, muito alem de ser membro de igreja, é o caminho para sair do secularismo que chegou nas igrejas hist´ricas bo Brasil. Evâneo Prado

 
Às 11 de outubro de 2012 às 06:40 , Anonymous Anônimo disse...

vocês são os filhas das putas que sempre aÇham que estão sertos

 
Às 14 de setembro de 2013 às 16:47 , Anonymous Anônimo disse...

Muito boa essa reflexão precisarmos aprender á cada dia a palavra de Deus.

 
Às 19 de abril de 2014 às 20:22 , Anonymous Anônimo disse...

So assim alcancaremos a salvacao.Dependendo 100%, de Jesus.

 
Às 9 de julho de 2014 às 13:30 , Anonymous Anônimo disse...

comentando que vc está fazendo é tirar cristo do mártires ,quero dizer pra vc que cristo morreu na cruz , foi martirizado esse comentário é um insulto ao cristianismo, homens nesse exato momento estão perdendo suas vida porq amor ao cristo porq sabem que sua maior recompensa está no céu e vc vem com essa história, vou mandar vc para um pais muçulmano, claro com essa história que vc está contando não vai mesmo.

 
Às 5 de abril de 2015 às 09:11 , Anonymous Anônimo disse...

Tem gente que pensa que viver a vida com Cristo é sofrer a cada dia cada segundo.
Isso é coisa de mal convertido.
A caminhada com Cristo tem que ser alegre a todo o momento, a cruz não tem que ser pesada mesmo não, a final, Cristo mesmo disse "vinde a mim todos que estão cansados que eu vos aliviareis"
Se fosse pra sofrer durante toda a caminhada Cristo teria dito" vinde a mim todos que estão cansados que eu vou dizer segue que já estou voltando"
A cruz só pesa para aqueles que não conseguem lutar contra seus pecados.
Cristo morreu por nós para que não precisassemos passar por isso!
"Dia a dia tome a sua cruz.."
Ele especificou que a cruz tem que ser pesada? Se a sua é vá até Cristo que ele irá te aliviar.
A minha é de isopor e ainda tem todinha na ponta.

 
Às 27 de setembro de 2015 às 18:11 , Blogger Unknown disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
Às 13 de janeiro de 2016 às 16:33 , Blogger Unknown disse...

amigos e irmãos, a vida cristã não é um mar de rosas, mas é feita de obstáculos, e lutas. Lutas estas internas, como Paulo diz em Romanos 7:15 => "Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço".24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
Assim como Lutas externas: como os apóstolos vivenciaram:
JUDAS TADEU-foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.
BARTOLOMEU-Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.
FILIPE-morreu como mártir em Hierápolis.
MATEUS-Há várias versões sobre a sua morte. Porém, a que parece ser a mais correta é a de que Mateus teria morrido como mártir na Etiópia.
MATIAS-Matias foi aquele apóstolo que foi escolhido para substituir Judas Iscariotes (Atos 1.15-26). Teria sido martirizado na Etiópia.
PAULO-De perseguidor de cristãos, passou a pregador do evangelho e perseguido. Realizou grandes viagens missionárias e fundou várias igrejas. Foi decapitado em Roma, nos tempos de Nero, no ano 67 ou 70. (Atos 8.3; 13.9; 23.6; 13-20).
SIMÃO, o Zelote-Morreu crucificado.
TIAGO-Por ordem de Herodes Agripa, foi preso e decapitado em Jerusalém, entre os anos 42 e 44.
TOMÉ-Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.
TIAGO, chamado O MENOR- Era filho de Alfeu (Mateus 10.3). Foi missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, morreu martirizado provavelmente no ano 62.

Tomar a cruz de cristo não é uma escolha, nós não escolhemos nada! não há livre arbítrio! Porém, Cristo nos capacita e nos conforta, que no mundo vamos passar por aflições, mas devemos ter bom animo porque Ele venceu o mundo e através Dele, somos mais do que vencedores! Amém! É Deus quem escolhe o homem, e não o homem que escolhe Deus, assim, se sentimos o desejo de servir a Cristo diante de qualquer situação, é a ação de Deus em nós.
um exemplo: você não gosta de chocolate( ou qualquer outra coisa), odeia! você tem liberdade para um dia decidir comer chocolate? você consegue gostar de chocolate? não? porque não? você tem livre arbítrio!!! escolha comer então!!! você percebe que não consegue dominar suas vontades? então você não tem escolha...
Não existe cruz leve!!! é isso que o evangelho moderno tenta passar para os novos na fé...ai quando vem as tribulações da vida...se desviam rápido, como a casa construida na areia. Atentem irmãos para que ninguem vós engane... que Deus nos de Graça! Amém!!!

 

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