quinta-feira, 14 de outubro de 2010

QUANDO A VIDA PARECE CONSPIRAR CONTRA NOSSAS EXPECTATIVAS

(Baseado nos escritos de Jerry White)

TALVEZ VOCÊ ESTEJA DIZENDO :“A minha vida desabou. Eu me sinto arruinado. Estou tão desanimado."

Para alguns, a frustração vem e vai, enquanto que para outros, é um estilo de vida. De onde ela vem? Ela surge quando os planos não dão certo. Surge quando os outros não estendem a mão para ajudar-nos no momento em que precisamos deles. O desânimo foi descrito como um vento mirrado e árido que sopra em um deserto severo e que nos leva a esmorecer.

Em outras ocasiões, é como uma neblina fria que anestesia os pensamentos e anuvia a estrada à nossa frente. O desânimo pode tirar-lhe toda a coragem.
Você já se sentiu assim?

Faz parte da vida, apesar de querer¬mos que seja de outra forma. As pessoas- descrevem o desânimo de várias formas:Talvez você, como muitos outros, já tenha feito a seguinte afirmação:
"Estou tão desanimado".
" Foi como navegar sem vento"
"Eu me senti como se tivesse levado uma rasteira".
"O desânimo sugou minha motivação e energia."
"Foi uma forma de paralisia. Fisicamente, eu podia me mover; mas em outro sentido, era impossível".
"A luz do dia parecia escura, mesmo com o sol brilhando lá fora".

Então, o que é este mal chamado desânimo? Examinemos o termo em partes.

Temos a palavra coragem, cuja raiz é cor. Esse é o termo em latim para coração, que é o centro dessa condição. Desânimo é, literalmente, desfalecer o coração.

Quando o desânimo entra em nossa vida, a esperança existe. Quando o desânimo ganha um ponto de apoio, somos tentados a desistir. O salmista sentiu-se assim:

"Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição" (SI 25:16,17).

O que dizer do desânimo causado pela adversidade? A adversidade pode ser a principal causa. O que se pode fazer? Paulo aprendeu a lidar com a adversidade: "De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos" (2Co 4:8,9).

Paulo também disse: "Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a des¬gastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzin¬do para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles" (2Co 4:16,17).

É de uma nova força que toda pessoa desanimada precisa. Onde você consegue sua força? Em Deus. Ele é a verdadeira fonte de energia. Em meio ao desânimo, devemos lembrar-nos das palavras de Deus para Josué: "Seja forte e corajoso!". Deus continua: "Não se apavore, nem desanime, pois o SENHOR, o seu Deus, estará com você por onde você andar" (Js 1:9). Deus é a fonte de nossa força.
Por fim, chegamos ao lugar onde podemos dizer: "Isto nos faz confiantes. Não importa o que aconteça". Essa é uma atitu¬de, uma escolha pessoal. Você sabe o que significa a palavra atitude? Atitude é uma forma de agir, pensar ou sentir que reve-la a disposição, opinião ou faculdade mental de uma pessoa.

A atitude de confiança funcionou para muitos que enfren¬taram e conviveram com a adversidade física.
Funcionou para John Milton, que ficou cego. Ele escreveu Paraíso perdido e Paraíso reconquistado.
Também funcionou para Beethoven, que, a despeito de sua surdez, deixou-nos a Nona Sinfonia.
Funcio¬nou para John Bunyan, que escreveu O peregrino enquanto estava na prisão.

E você se lembra de Helen Keller, mulher surda e cega? Ela disse: "Nem a escuridão nem o silêncio po-dem impedir o progresso do espírito humano".

E possível recuperar a coragem mesmo quando se está de¬sanimado? Sim. As Escrituras contêm muitas passagens que falam da luta contra o desânimo. Veja como estas pessoas lu¬taram.

Esta é a mensagem de Jó, que praticamente perdeu tudo, menos a vida: "Embora ele me mate, ainda assim esperarei nele;'certo é que defenderei os meus caminhos diante dele" (Jó 13:15).

Esta é a mensagem de Davi: "Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem" (SI 23:4).

Esta é a mensagem de Isaías: "Tu, SENHOR, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia" (Is 26:3).

Esta é a mensagem de Paulo: "Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demónios, nem o presen¬te nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem pro¬fundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8:38,39).
Leia esses versículos todos os dias se você estiver lutando contra o desânimo.

Caso tenha perdido uma pessoa querida, em que você pensa durante o dia? As lembranças são uma parte importante da vida. Muitas vezes os pensamentos são dominados pela lem¬brança da pessoa que você perdeu. Você vê o rosto dela, ouve sua voz, sente seu perfume. E pensa: "Não foi muito tempo. Ela não ficou muito tempo comigo".


Bem, a maioria de nós se sen¬te assim. Nunca é suficiente. Nunca é oportuno. Nunca é o tempo "certo". Existe sempre o vazio que a pessoa deixa. Mas precisamos lembrar que, ainda que nos concentremos em partes do tempo, Deus tem outra perspectiva e vê o tempo de modo diferente. Deus vê mais o cumprimento do propósito que ele tinha para uma pessoa do que o tempo em que ela esteve na terra. Você já olhou por esta perspectiva, em vez de olhar para o tempo?
Muitas pessoas também ficam estagnadas, pensando nas ho¬ras ou dias ousemanas que perderam na vida, principalmente se estes momentos foram difíceis ou dolorosos. Nós os chamamos de momentos sombrios ou estéreis.
Se nós nos concentrarmos unicamente na dor e no so¬frimento, na aparência física como consequência de um acidente ou doença degenerativa, ou na perda de uma fun¬ção de uma pessoa querida, continuaremos a viver um pe¬sadelo de lembranças horríveis e tristes. É mais prudente e alivia a dor colocar em perspectiva esse período da vida da pessoa com relação a toda a sua vida. Embora esse período possa ter durado dias, semanas, meses ou até anos, foi apenas um período da vida dela. Eu o estimulo a ter lem¬branças de momentos em que a saúde, a aparência e o estado mental e emocional dessa pessoa querida eram bons, e até excelentes! Eembre-se da pessoa quando ela vivia com vitalidade, energia, alegria, atos de amor para com os ou¬tros e constante louvor e adoração ao Criador.

Concen¬tre-se nos momentos bons, nas brincadeiras em família, nos momentos de alegria e nas doces lembranças de momentos que vocês passaram juntos. Decida ser incentivado por acreditar que os momentos da vida de uma pessoa querida, em sua maior parte, foram muito provavelmente momentos bons. E se essa pessoa nunca experimentou nada do que foi dito anteriormente, console-se com o fato de que ela agora tem um corpo glorificado e desfrutará de uma saúde perfei¬ta, paz completa e plena alegria por toda a eternidade.

Tudo o que essa pessoa querida experimentou nesta vida se deu em um momento passageiro quando comparado ao panorama infinito do céu.

Diante da eternidade, o tempo que pas¬samos nesta terra não pode sequer ser matematicamente calculado.

O tempo eterno da vida de uma pessoa querida ofusca tanto até seus melhores momentos de vida na terra que não dá para compará-los.

Se os nossos conhecidos que partiram pudessem voltar e falar sobre sua experiência com o Senhor no céu, tenho certeza de que nos diriam três coisas:

Primeiro, eles nos diriam que deveríamos concentrar-nos no modo como eles eram quando estavam nos melhores momentos desta vida.
Segundo, que deveríamos aproveitar ao máximo a vida e optar por preenchê-la com as melhores lembranças e experiências possíveis.
Terceiro, que deveríamos investir mais tempo para conhecer melhor a Cristo.

Essa abordagem não é para que neguemos a realidade nem o benefício da dor, mas para que coloquemos em foco toda a vida de uma pessoa.

Embora não possamos fazer nada para trazer de volta uma pessoa querida, podemos trazer à mente e ao coração as ternas lembranças de ocasiões felizes para que possamos continuar a criar mais dessas lembran¬ças de nós mesmos e de outras pessoas queridas que ainda andam na terra conosco.1
E hoje, do que mais você consegue se lembrar? Você se surpreenderá com o consolo que as lembranças podem trazer.